A validação do uso de dados de geolocalização em processos trabalhistas pelo TST marca um importante precedente no uso de provas digitais em litígios trabalhistas, demonstrando como a tecnologia pode contribuir para a justiça ao fornecer informações precisas e verificáveis.
A Validação da Geolocalização pelo TST
A validação da utilização de dados de geolocalização pelo TST reflete o crescente uso de tecnologia nos processos judiciais. Frequentemente, informações extraídas de serviços como o Google Maps são incluídas para apoiar reivindicações. A dificuldade em precisar a jornada de trabalho, especialmente em atividades que variam significativamente, leva as partes a concordarem com o uso de provas digitais.
O Papel do Sistema Veritas
Uma vez fornecidos, os dados do autor são inseridos no sistema Veritas, responsável por processar as informações e gerar mapas e relatórios detalhados sobre os locais e horários de trabalho. Esses dados são limitados aos horários especificados na petição inicial, garantindo que apenas as informações relevantes ao caso sejam consideradas. Os mapas gerados são comparados com os dados do GPS fornecidos pela empresa, e todos os dados são cotejados com os controles de ponto existentes.
A Importância das Provas Digitais
A utilização de provas digitais no campo jurídico não substitui outras formas de prova, nem favorece apenas uma das partes, mas serve como uma ferramenta adicional para apurar a verdade. A utilização de dados de geolocalização, em conjunto com outras provas, contribui para uma decisão mais justa e embasada. As provas digitais permitem uma análise mais objetiva e precisa dos fatos, minimizando a possibilidade de erros e subjetividades que poderiam comprometer a justiça do veredicto.
Conclusão
A validação da utilização de dados de geolocalização em processos trabalhistas pelo TST demonstra um avanço significativo na integração da tecnologia nos processos judiciais. Este desenvolvimento não só ilustra a importância das provas digitais para a determinação da verdade, mas também ressalta a necessidade de uma abordagem equilibrada e criteriosa no uso dessas tecnologias. À medida que a sociedade continua a se digitalizar, o judiciário deve acompanhar essas mudanças, adotando ferramentas tecnológicas como o sistema Veritas, que podem contribuir para uma justiça mais precisa e eficaz.
Por: Dr. Marco Adriano Marchiori