A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) recentemente proibiu a prática conhecida como “bomba branca” em todo o território nacional, após acatar uma decisão judicial da Ação Civil Pública em andamento na 1ª Vara Federal e Cível de Uberlândia (MG). Esta medida visa assegurar a qualidade dos combustíveis comercializados e proteger os consumidores.
O Que Era a “Bomba Branca”?
A prática da “bomba branca” permitia que postos de combustíveis vendessem produtos de distribuidores diferentes daqueles cuja marca estava estampada na fachada. Por exemplo, um posto de gasolina da marca Ipiranga poderia vender combustível fornecido pela Petrobras ou qualquer outro distribuidor.
Problemas Associados à “Bomba Branca”
Essa prática gerava uma grande chance de os consumidores serem enganados quanto à procedência do combustível. A ausência de controle rigoroso sobre a origem dos produtos aumentava o risco de comercialização de combustíveis adulterados ou de qualidade duvidosa, o que poderia causar danos aos veículos e até mesmo levar a acidentes.
Transparência e Ética no Setor de Combustíveis
De acordo com o Instituto Combustível Legal (ICL), a proibição da “bomba branca” é um passo importante para aumentar a transparência e a ética no setor de combustíveis. O presidente do ICL, Emerson Kapaz, destacou que a prática, mesmo sendo proibida anteriormente, havia crescido cerca de 200% nos postos da região Sudeste após ser liberada por uma resolução. A proibição busca reduzir as oportunidades para empresários mal intencionados e eliminar a propaganda enganosa que induzia os consumidores ao erro.
Impacto das “Distribuidoras Não Ortodoxas”
O ICL também apontou que a prática da “bomba branca” facilitava a entrada de distribuidoras não ortodoxas no mercado, aquelas que poderiam evitar o pagamento de tributos obrigatórios e não se preocupar com a qualidade dos produtos oferecidos. Isso criava uma concorrência desleal e uma falta de transparência no mercado de combustíveis.
O Que Muda para o Consumidor?
Com a resolução 858, estabelecida em novembro de 2021, as regras para a comercialização de combustíveis foram alteradas, incluindo a regulamentação das “bombas brancas”. Antes da proibição, os consumidores não conseguiam identificar a origem do combustível, que poderia ser diferente da bandeira exibida pelo posto.
A partir da proibição da “bomba branca”, os consumidores terão mais segurança ao abastecer seus veículos. A ANP agora garante que os combustíveis comercializados nos postos serão sempre da marca estampada na fachada, facilitando a identificação da procedência do produto e assegurando a qualidade e a confiabilidade dos combustíveis vendidos.
Conclusão
A proibição da prática da “bomba branca” representa um avanço significativo para o setor de combustíveis no Brasil. A medida visa proteger os consumidores de possíveis fraudes e garantir que os combustíveis comercializados atendam aos padrões de qualidade esperados. Com essa decisão, a ANP reafirma seu compromisso com a transparência e a ética no mercado de combustíveis, assegurando que os consumidores possam confiar na origem e na qualidade dos produtos que adquirem.
Por: Dr. Marco Adriano Marchiori