A adoção é um ato de amor e responsabilidade que permite a uma criança encontrar um lar seguro e afetuoso quando não pode mais viver com seus pais biológicos. No Brasil, a adoção é regulamentada por uma legislação específica para garantir que o processo ocorra de forma justa e que os direitos da criança sejam protegidos. Neste artigo, discutiremos como funciona a adoção no Brasil com base na legislação atual.
Legislação Pertinente:
A adoção no Brasil é regida principalmente pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069/1990, e pelas diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e das Varas da Infância e Juventude de cada estado.
Principais Aspectos do Processo de Adoção no Brasil:
Requisitos para Adoção: Para adotar uma criança no Brasil, os adotantes devem atender a certos requisitos legais, como ser maior de 18 anos, ter uma diferença etária de, pelo menos, 16 anos em relação à criança a ser adotada, e ter condições para cuidar do menor. A estabilidade financeira e emocional dos adotantes também é avaliada.
Cadastro Nacional de Adoção (CNA): A criação do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) foi uma inovação importante no processo de adoção. O CNA mantém informações atualizadas sobre as crianças disponíveis para adoção e os pretendentes habilitados. Isso permite que o sistema cruze dados de modo a aproximar possíveis famílias adotivas das crianças.
Habilitação para Adoção: Antes de iniciar o processo de adoção, os interessados devem procurar a Vara da Infância e da Juventude e passar por um processo de habilitação. Isso envolve avaliações psicossociais, entrevistas e verificações de antecedentes, a fim de garantir que eles estejam aptos para a adoção.
Pretendentes e Perfil da Criança: Os pretendentes a adotar podem definir algumas preferências em relação ao perfil da criança que desejam adotar, como idade, sexo e outras características. No entanto, a legislação brasileira prioriza o interesse do menor, buscando sempre o melhor ambiente para seu desenvolvimento.
Vínculo Afetivo: A legislação brasileira destaca a importância do estabelecimento de um vínculo afetivo entre a criança e a família adotiva. Os processos de convivência, conhecidos como estágio de convivência, são fundamentais para criar laços emocionais entre a criança e a nova família.
Avaliação Psicossocial: Durante o processo, as famílias adotivas passam por avaliações psicossociais para garantir que possuam condições emocionais, financeiras e morais para acolher a criança de forma adequada.
Sentença Judicial: A adoção é formalizada por meio de uma sentença judicial emitida pelo juiz da Vara da Infância e da Juventude. Essa sentença extingue o poder familiar dos pais biológicos e concede a guarda definitiva à nova família.
Direitos e Deveres da Família Adotiva: A nova família passa a ser responsável pelo bem-estar da criança e deve assegurar o direito à convivência familiar e comunitária, bem como o acesso à educação, saúde e lazer.
É importante destacar que a legislação brasileira prioriza o interesse superior da criança em todos os casos de adoção, buscando garantir que ela cresça em um ambiente seguro, afetuoso e propício ao seu desenvolvimento. Portanto, o processo de adoção é rigorosamente regulamentado para proteger os direitos da criança, ao mesmo tempo em que oferece aos pretendentes a oportunidade de ampliar suas famílias e compartilhar amor e cuidado com um novo membro.
Por: Dr. Marco Adriano Marchiori