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O Imposto de Renda na Pessoa Jurídica: Funcionamento, Requisitos e Legislação Pertinente no Brasil

O Imposto de Renda na Pessoa Jurídica: Funcionamento, Requisitos e Legislação Pertinente no Brasil

O Imposto de Renda na Pessoa Jurídica (IRPJ) é um tributo de competência federal que incide sobre o lucro das empresas e demais entidades jurídicas. Sua finalidade é contribuir para o financiamento das despesas públicas e promover o equilíbrio fiscal. Neste texto, abordaremos como funciona o IRPJ, os requisitos para sua aplicação e a legislação vigente no Brasil.

Funcionamento do IRPJ:

O IRPJ é calculado com base no lucro real, presumido ou arbitrado, de acordo com a opção da empresa e as regras estabelecidas na legislação tributária. O lucro real é determinado pela diferença entre a receita total e as despesas dedutíveis, considerando ajustes previstos em lei. Já o lucro presumido é uma forma simplificada de tributação, em que o imposto é calculado sobre uma margem de lucro pré-fixada pela legislação, sem a necessidade de apuração do lucro efetivo. Por fim, o lucro arbitrado é uma forma de tributação utilizada quando a empresa não apresenta sua escrituração contábil de forma regular.

Requisitos para Aplicação do IRPJ:

Para que uma empresa esteja sujeita ao IRPJ, é necessário que ela seja considerada uma pessoa jurídica de direito privado, ou seja, uma empresa constituída sob qualquer forma admitida em lei, como sociedades limitadas, sociedades anônimas, empresas individuais de responsabilidade limitada, entre outras. Além disso, a empresa deve exercer atividade econômica de forma habitual, visando à obtenção de lucro.

Legislação Pertinente no Brasil:

A legislação que regulamenta o Imposto de Renda na Pessoa Jurídica no Brasil é principalmente a Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, que dispõe sobre o Imposto de Renda das pessoas jurídicas, e a Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que instituiu o Código Tributário Nacional (CTN).

Além dessas leis, diversas normas complementares são editadas pela Receita Federal do Brasil para disciplinar aspectos específicos da tributação das empresas, tais como instruções normativas, portarias e resoluções.

Em resumo, o Imposto de Renda na Pessoa Jurídica é um tributo fundamental para a arrecadação federal e para o financiamento das políticas públicas. Sua legislação é complexa e exige constante atualização por parte das empresas e de seus contadores para garantir o cumprimento das obrigações fiscais e evitar eventuais penalidades.

Quem precisa declarar o IRPJ em 2024?

A legislação tributária brasileira exige a declaração dos CNPJs com lucro no ano-calendário de 2023. Além disso, as empresas que se enquadram em alguma das seguintes situações também devem declarar o IRPJ em 2024:

• Quem realizou vendas e compras de bens ou serviços para não residentes no Brasil;

• Empresas com rendimentos de fontes no exterior;

• Quem teve ganhos na venda de bens ou direitos;

• Empresas com rendimentos isentos ou tributados exclusivamente na fonte, mas que tenham o imposto retido a menor ou não recolhido;

• Negócios beneficiados a partir de incentivos fiscais e tenham a obrigação de comprovar o cumprimento dos requisitos para o benefício — Lei do Incentivo ao Esporte e outros.

Modalidades de Tributação do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas em 2024

No âmbito do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) em 2024, existem três modalidades de tributação, cada uma com suas características e particularidades. A seguir, apresentamos essas modalidades de forma sucinta:

1. Lucro Real: O regime do Lucro Real é baseado no cálculo do lucro utilizando os registros contábeis da empresa. Ou seja, todas as receitas, despesas e custos são contabilizados, resultando no lucro líquido do período.

A alíquota do IRPJ para empresas que optam pelo Lucro Real é de 15%, no entanto, algumas atividades econômicas podem usufruir de alíquotas reduzidas, como é o caso das áreas de pesquisa e comercialização de energia elétrica, entre outras.

As vantagens deste regime incluem a possibilidade de dedução de todas as despesas e custos, como despesas com educação, saúde e dependentes, além da oportunidade de amortização de investimentos para redução na base de cálculo do imposto.

2. Lucro Presumido: O regime do Lucro Presumido é mais simplificado em comparação ao Lucro Real, pois já possui alíquotas predefinidas para cada atividade econômica. Para calcular o IRPJ no Lucro Presumido, a empresa multiplica seu faturamento bruto pela alíquota presumida correspondente à sua atividade econômica.

As alíquotas do IRPJ para empresas que optam pelo Lucro Presumido variam entre 15% e 25%, dependendo da atividade econômica.

3. Lucro Arbitrado: O Lucro Arbitrado é aplicado quando a empresa não se enquadra nem no Lucro Real, nem no Lucro Presumido. Nesse caso, a Receita Federal estabelece o cálculo do imposto com base no faturamento bruto da empresa, somado aos custos e despesas estimados, bem como aos resultados de empresas similares.

A alíquota do IRPJ para empresas enquadradas no Lucro Arbitrado é estabelecida em 25%.

Empreendedores que têm dúvidas sobre qual regime tributário adotar devem realizar análises criteriosas, levando em consideração fatores como a atividade econômica da empresa, seu faturamento, lucro, despesas, custos e objetivos empresariais. Essa escolha estratégica pode influenciar significativamente a carga tributária e o resultado financeiro da empresa.

O prazo para entrega da declaração do IRPJ 2024 é até o dia 31 de julho e deve ser feita por meio do programa gerador de declarações (PGD) da Receita Federal.

Por: Dr. Marco Adriano Marchiori

Publicado em 11/04/2024.

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